Durante a Sessão Ordinária, desta quarta-feira (13/3), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado Sinésio Campos (PT) criticou a Prefeitura de Parintins (distante a 369 quilômetros de Manaus) por aumentar o preço dos serviços de fornecimento de água no município. O parlamentar, que preside a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos e Saneamento da Aleam, constatou a contaminação da água com metais pesados.
O prefeito de Parintins, Bi Garcia, autorizou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parintins (SAAE) a aplicar um reajuste de 4,51% nas tarifas de água no município, segundo o parlamentar. O aumento foi estabelecido pela Resolução nº 011/2024, publicada no Diário Oficial em 9 de fevereiro de 2024 e já entrou em vigor. A justificativa da prefeitura seria a recomposição inflacionária.
“Nos causa muita estranheza o reajuste, levando em consideração que a SAAE distribui água contaminada aos cidadãos de Parintins. Dos 26 poços tubulares que atendem ao município, 22 estão contaminados, com água imprópria para o consumo humano”, declarou Sinésio Campos.
Um estudo realizado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) identificou substâncias perigosas na água, como amônia, manganês, ferro, nitrato e alumínio, além de coliformes fecais na água. Esses contaminantes estão associados às doenças graves, incluindo Alzheimer, diarreia, insuficiência hepática e câncer no trato intestinal.
“O cidadão de Parintins é obrigado a consumir uma água imprópria para o consumo. A primeira consequência é uma diarreia, que com o passar dos anos evolui para um câncer de estômago. Lá, a gestão da água é municipal, mas mesmo com nosso alerta, não se toma nenhuma providência”, complementou o parlamentar.
No dia 1º de dezembro de 2023, a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos e Saneamento da Aleam realizou Audiência Pública em Parintins para discutir o problema. O evento contou com a presença do deputado Sinésio Campos, do prefeito Bi Garcia e de representantes da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) Unidade Gestora de Serviços Especiais (UGPE), Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon/AM), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e SAAE.