Promovida pela Sema Amazonas, visita teve intuito de mostrar aplicação do direito ambiental na prática das comunidades
Foto: Noir Miranda/Sema
Procuradores de Estado do Meio Ambiente realizaram uma visita técnica à Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, neste sábado (16/03), como encerramento do 3º Encontro Nacional das Procuradorias de Meio Ambiente (ENPMA). A imersão comunitária teve o objetivo de oferecer compreensão da gestão ambiental no Amazonas.
O evento teve a finalidade geral de discutir a relação entre a advocacia pública e a concretização da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), com metas para proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas no planeta.
Procuradores de mais de 20 estados brasileiros e do Distrito Federal participaram da visita à comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, pertencente ao mosaico do Baixo Rio Negro, nas proximidades de Manaus. A localidade fica às margens do Lago do Acajatuba, na Unidade de Conservação gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Foto: Noir Miranda/Sema
Para a secretária adjunta de Estado de Meio Ambiente, Fabrícia Arruda, levar os representantes para terem contato com a vida nas comunidades tradicionais da Amazônia é essencial para o melhor desenvolvimento das políticas públicas.
“A visita dos procuradores de Meio Ambiente a uma Unidade de Conservação faz toda a diferença para eles visualizarem o direito ambiental e seus impactos na prática. A Sema ofereceu essa imersão, onde eles puderam ter contato tanto com a natureza quanto com os comunitários locais e entender o trabalho do Estado, para poderem atuar de forma ainda mais assertiva no desenvolvimento das políticas públicas”, explicou.
Foto: Noir Miranda/Sema
Imersão
Na chegada à comunidade, os participantes do evento foram recebidos pela liderança comunitária e assistiram uma apresentação de dança local. Em seguida, realizaram um roteiro turístico fornecido pelas famílias locais, onde conheceram a infraestrutura, artesanato, flora da região e empreendimentos comunitários. “Eles são muito organizados, nos explicaram a questão de cada comunidade ter um presidente, e como isso funciona, achei interessante demais e acho que deve ajudar muito na conservação da área”, afirmou a procuradora de Estado da Bahia, Ana Carla Cardoso.
O grupo também conheceu o projeto de monitoramento de quelônios da região. Na ocasião, ocorreu a soltura simbólica de 80 quelônios, realizada pelos próprios procuradores. “A partir do momento que nós juntarmos esforços, tomar como um corpo só a defesa do meio ambiente, todos nós ganharemos, e esse encontro foi uma gigantesca oportunidade nesse sentido”, declarou a procuradora nacional da Defesa do Clima e do Meio Ambiente da Advocacia Geral da União (AGU), Mariana Cirne.
Foto: Noir Miranda/Sema
RDS Rio Negro
A RDS Rio Negro localiza-se entre os municípios de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão. Ao todo, a Unidade de Conservação possui uma área de mais de 102 mil hectares e é composta por 19 comunidades.
“A RDS Rio Negro é uma UC de uso sustentável, e a gente tem o desafio de equilibrar o uso dos recursos naturais com a conservação da natureza. A vinda dessa equipe de procuradores é muito significativa, tendo em vista que são pessoas que fazem parte das tomadas de decisão, orientação e subsídio técnico em relação aos vários desafios que temos nas UC”, explicou o gestor da RDS, Jaime Gomes.
Foto: Noir Miranda/Sema
A região faz parte do Corredor Ecológico da Amazônia Central, da Reserva da Biosfera da Amazônia Central (Rebac), além de integrar o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro, abrigando ecossistemas florestais essenciais para a conservação da sustentabilidade local. A reserva possui como meios principais de subsistência o turismo e a atividade pesqueira.
“Se cada um fizer a sua parte, todos ganham. Com a visita desse grupo, e de outros grupos que vêm para cá, a gente está contribuindo com o mundo todo. Estamos debaixo do mesmo sol que nos ilumina. Nós somos guardiões das florestas, nós protegemos, mas queremos ter uma vida melhor, onde a gente possa viver em harmonia e também manter a comida na mesa da nossa família”, declarou o presidente da Associação das Comunidades Sustentáveis do Rio Negro, Viceli Costa.
Foto: Noir Miranda/Sema