A Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), contemplou os segmentos artísticos de Cultura Étnica, Literatura, Teatro e Circo, nos dias 5 e 8/4, nas oitivas visando a participação no Programa Nacional da Lei Aldir Blanc (PNAB).
As reuniões, coordenadas pelo Concultura, aconteceram no Palácio Rio Branco, localizado na Praça D. Pedro II, Centro Histórico da cidade. A oitiva é uma escuta pública para ouvir as propostas do setor cultural, obrigatória para a elaboração do Plano de Ação e dos Editais para fomentar os segmentos artísticos.
A apresentação da legislação da PNAB 2 foi feita pelo presidente do Concultura, Neilo Batista, e a participação dos representantes do escritório do Ministério da Cultura (MinC). “As escutas realizadas nas setoriais confirmam a importância da participação social no processo de construção da PNAB”, disse o presidente.
A conselheira de Teatro e Circo, do Concultura, Daniely Peinado, avaliou a reunião como produtiva, porque contou com a presença de entidades representativas dos dois segmentos (Federação de Teatro do Amazonas e Associação dos Artistas Circenses do Amazonas), além de representantes de grupos, coletivos e artistas independentes. “Encaminhamos algumas sugestões baseadas na experiência da Lei Aldir Blanc 1 e das diretrizes apresentadas pelo presidente do Conselho, que serão analisadas e agendado novo encontro da devolutiva”, ressaltou.
Ela explicou, ainda, que foram discutidas algumas ações do plano, tirando dúvidas sobre possíveis remanejamentos de recursos para ações que mais interessam aos segmentos do Circo e Teatro.
A conselheira de Cultura Étnica, Marcivana Sateré-Mawé, que procura dar voz aos 54 povos, 36 línguas materna e 75 comunidades existentes na capital e região do entorno de Manaus, viu na escuta uma oportunidade de consolidar as demandas das comunidades indígenas e de matriz africana, como ações de formação, criação de pontos de cultura e oportunidades de negócios criativos.
Para o artista circense Jean Paladino, esses editais são extremamente necessários, e agora, como política pública de fato, durante cinco anos. “Eu, enquanto artista circense, programando uma dinâmica de ações durante cinco anos, então a gente vai entendendo como vão funcionar, as políticas públicas, quais são as demandas e para que o setor ganhe, de fato, uma atenção e cresça a sua produção, profissionalize e tenha, sobretudo, periodicidade, continuidade”, sugeriu.
O conselheiro de Literatura, Bosquinho Poeta, disse que a oitiva de Literatura foi um momento muito especial, pois viabilizou que os literatos dessem contribuições de suma importância para o segmento. “Estou certo de que os editais provenientes da PNAB2 irão abrigar projetos muito mais coerentes com o nosso público, atendendo nossos anseios e trazendo muito mais realizações para o campo literário de nossa cidade”, apostou.
Propostas
Dentre as sugestões, foi destacado o perfil do proponente ter atuação na cidade, e da quantidade de projetos inscritos e aprovados por proponente; outra, a não pulverização de ações com recurso financeiro menor, mas disponibilizar módulos financeiros que contemplem a realidade da execução de projetos culturais, a partir de 50 mil, por exemplo.
As últimas oitivas que estão programadas para esta semana são: Cultura Popular/Dança – 9/4, 18h, no Casarão Cassina e Audiovisual, dia 10/4, 18h, no Casarão Cassina.
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Texto – Cristóvão Nonato / Concultura
Fotos – Divulgação / Concultura