Com cerca de 120 alunos venezuelanos matriculados na escola, a ação buscou estimular o respeito às diferenças culturais entre os estudantes
FOTOS: Eduardo Cavalcante / Secretaria de Estado de Educação e Desporto EscolarCom o tema “Celebrando a diversidade, unindo corações”, a terceira edição da “Festa da Amizade”, na Escola Estadual (EE) Barão do Rio Branco, reuniu família, alunos e corpo docente em sua culminância nesta sexta-feira (06/06). Com o objetivo de estimular o respeito entre brasileiros e populações imigrantes, a atividade contou com apresentações culturais de música, dança, além de debates em sala de aula.
Com cerca de 120 alunos venezuelanos matriculados na unidade de ensino, que atende a estudantes do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), a Festa da Amizade surge enquanto alternativa de combate ao xenofobismo, por meio da socialização cruzada entre elementos típicos da cultura brasileira e venezuelana. De acordo Álisson Barbosa, diretor da unidade de ensino, essa é uma iniciativa desenvolvida durante toda a semana.
“Nos últimos dias, os alunos tiveram debates dentro de sala de aula. Queríamos que eles falassem como se sentiam. Muitos deles, pela idade, nem entendem todo o contexto de uma pessoa refugiada. O preconceito sofrido, as angústias. Desse momento em sala de aula, tivemos bons retornos. Foram debatidos pontos de desconforto, tanto para os alunos brasileiros, quanto para os alunos venezuelanos. E agora, trabalharemos em cima disso”, destacou Álisson.
FOTOS: Eduardo Cavalcante / Secretaria de Estado de Educação e Desporto EscolarHermanitos
A Festa da Amizade na EE Barão do Rio Branco contou com uma forte aliada: a Organização Não Governamental (ONG) Hermanitos, que contribui para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida de pessoas refugiadas e migrantes no Amazonas e em Roraima. Por ter sido uma iniciativa que contou com a presença de pais e responsáveis na escola, a ONG aproveitou a oportunidade para acolher aqueles que ainda necessitam de ajuda humanitária, explicou Xiosmel Ramon, coordenador operacional do Hermanitos.
“Nossa principal atividade é proporcionar uma melhoria socioeconômica para essas pessoas. Nós ajudamos na retirada de documentos, proporcionando acesso a direitos básicos. Também ajudamos na organização e envio de currículos profissionais. Ações como essa aqui na escola são muito importantes, porque colocam, desde cedo, esses estudantes em pensamento crítico sobre o que vivem”, ressaltou Ramon, que é venezuelano e mora em Manaus há sete anos.
E as reflexões surtiram efeito no evento de culminância. Alunos e familiares felizes, em celebração ao momento de disseminar o respeito pelo próximo. De acordo com a aluna Yhonmaris Lozada, de oito anos, o sentimento é de gratidão e felicidade.
“Me sinto muito grata pelo Brasil, por ter me acolhido. E também estou me sentindo muito feliz de representar a Venezuela nas apresentações de hoje. Me sinto bem aqui na Barão de Rio Branco”, compartilhou Yhonmaris.