Com o uso do aplicativo ArcGIS Field Maps, a Prefeitura de Manaus vai dar um importante avanço no mapeamento e monitoramento, além de vistorias e atualização de fichas cadastrais de imóveis históricos e de interesse de preservação no Centro, zona Sul. O aplicativo começa a ser utilizado, já nesta semana, no trabalho nas ruas.
Os serviços são para atualizar o Decreto Municipal 7.176/2004, com trabalhos de vistoria técnica e monitoramento de unidades históricas do centro da capital, incluindo 1.656 imóveis e terrenos, dez praças e 11 armazéns de porto. As ações são realizadas todas as terças e quintas-feiras, no período da tarde.
O que antes envolvia todo um processo de fichas para serem preenchidas em papel, de forma manual, em campo, e depois digitalizadas no Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), pela equipe da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH), agora será feito pelo aplicativo, já diretamente dos pontos, casas, prédios e edifícios. O conjunto está listado no decreto que estabelece o setor especial das unidades de interesse de preservação no centro histórico.
Segundo Matheus Vinícius, analista de geotecnologia da Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), o que muda no serviço da gerência e dos colaboradores é que eles terão maior agilidade na coleta desses dados, mais precisão geográfica na hora de coletar os pontos e maior agilidade e rapidez. “Será um trabalho mais preciso e dinâmico, e além de tudo vai reduzir custos de fichas em papel, trazendo economia e evitando impressões e preenchimentos manuais. Com o aplicativo, tudo estará sendo preenchido e atualizado dentro de um software no computador, sendo automático com o aplicativo nos celulares ou plataformas móveis”, comentou.
Direto das ruas, os dados serão preenchidos dentro do ArcGIS Field Maps, que já será atualizado na base de dados do Implurb, automaticamente, agilizando o processamento de informações.
Para a arquiteta e urbanista Landa Bernardo, gerente do GPH, o ganho maior é em agilidade e qualidade de informação.
“Teremos uma rapidez na coleta dos dados muito maior do que nós estávamos fazendo no início do processo, com as fichas em papéis, manual. A gente criava as fichas, adequava as informações e ia a campo para a sua atualização. Agora, com a entrada do pessoal da Semef, com o uso da Inteligência Artificial, teremos melhores resultados na forma do monitoramento, tornando-o mais rápido, mais dinâmico e sem perda de tempo e gasto de papel”, completou a arquiteta.
Além de deixar de usar fichas manuais e em papel, o ganho ainda é na precisão de dados, principalmente nos pontos, porque eles vão ser georreferenciados. “E tudo vai ser feito direto do campo. Lá na rua, na quadra, em frente ao imóvel, o nosso colaborador vai fazer a informação e ela já será inserida na plataforma, alimentando o banco de dados da prefeitura. Ganhamos em precisão e em agilidade”.
Monitoramento
O monitoramento é um trabalho de acompanhamento das unidades e atualização dos cadastros para saber as condições em que elas se encontram. A finalidade do monitoramento é saber como os imóveis estão sendo usados, se está tendo alguma degradação, se está abandonado, se ainda continua com o mesmo uso.
“E a população pode ajudar dando informações especialmente sobre imóveis no centro antigo que estão abandonados ou em degradação, ou sendo alvo de vandalismo e depredação, ligando para o 3625-6577, do GPH”, explicou a gerente do setor, arquiteta e urbanista Landa Bernardo.
O monitoramento envolve as edificações da lista com verificação in loco dos imóveis; situação e condição do bem, se está em uso, abandonado ou em depredação; adequação de publicidade; e atualização da ficha de cadastro. Também em campo, os arquitetos e técnicos do Implurb vão verificar possíveis danos aos prédios, casarões e similares, assim como se ocorreram alterações no patrimônio ou obras irregulares.
A ficha de cadastro serve para identificação, catalogação e proteção dos bens de valor significativo, apresentando informações como condições estruturais; níveis de umidade e condições ambientais; segurança contra incêndios; mudanças de uso e riscos de vandalismo; manutenção e reparos, com registro de obras e intervenções realizadas; e acessibilidade. Durante a vistoria e monitoramento ainda, são feitas novas fotos.
A arquiteta ressalta a importância dos moradores do Centro de manterem seus imóveis bens conservados e com manutenção, especialmente os que fazem parte da listagem do centro antigo. “As unidades particulares são de responsabilidade de seus proprietários. A salvaguarda e a manutenção destes imóveis são de responsabilidade dos seus donos e os proprietários precisam começar, realmente, a conservar, manter, proteger, evitando o abandono, o vandalismo e a ocupação indevida, garantindo a preservação da edificação e a segurança do entorno”, comentou Landa.
A Gerência de Patrimônio (GPH) tem atendimento presencial às segundas, quartas e sextas, das 8h às 11h, mas denúncias e informações podem ser encaminhadas pelo telefone (92) 3625-6577, de segunda a sexta, no mesmo horário.
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Texto – Claudia do Valle/Implurb
Fotos – Claudia do Valle/Implurb e Valdo Leão/Semcom