Produção reúne Orquestra de Câmara do Amazonas, artistas independentes e grupo indígena em diálogo musical inédito
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O Teatro Amazonas recebeu, na terça-feira (22/07), a abertura do espetáculo “Amassunu”, termo que, em línguas indígenas, pode ser traduzido como “ruído das águas”. A montagem integra a 11ª edição da Série Encontro das Águas, realizada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A iniciativa promove, há mais de uma década, encontros entre a música de concerto e a produção musical contemporânea da região.
Com curadoria de Agenor Vasconcelos, o espetáculo propõe um mergulho nas sonoridades amazônicas por meio do diálogo entre a Orquestra de Câmara do Amazonas e artistas independentes de Manaus. O resultado é uma travessia musical inédita, que mistura composições autorais, ritmos tradicionais e arranjos eruditos, sob regência do maestro Marcelo de Jesus.
Para Marcelo, que assina a direção musical, “Amassunu” é um projeto especial dentro da série. “Essa é a segunda edição do Amassunu, mas agora conseguimos a identidade que queríamos: reunir a nova geração de compositores amazonenses com a Orquestra de Câmara. É um espetáculo muito chique, sabe? Daqueles que você pensa: isso só pode ser feito no Amazonas”, afirmou.
A Orquestra transita entre repertórios do barroco ao regional e divide o palco com nomes como Dudu Brasil, Gabi Farias, Dan Stump, Anne Jezini, Agenor Vasconcelos, Banda MOÃ e o Grupo Indígena Bayaroá, presença considerada essencial por Marcelo.
Fotos: DivulgaçãoO espetáculo também é construído a partir da colaboração entre artistas locais, como explica o curador Agenor Vasconcelos. “A ideia do Amassunu é tecer conexões entre a música independente, a erudita e a indígena. A gente pensou esse projeto como um grande encontro de escuta e criação coletiva. Foi um processo guiado pelo carinho, pela escuta e pela generosidade entre todos os envolvidos”, ressaltou Agenor.
Entre os artistas convidados, o cantor Dan Stump valorizou o impacto da proposta na formação de novos públicos. “É muito bonito ver a orquestra engajada com os artistas da nova geração. O Amassunu mostra essa construção viva da nossa música, unindo gerações no mesmo palco. E o fato de ser no Teatro Amazonas torna tudo ainda mais simbólico”, disse.
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Ele também ressaltou a diversidade do público presente: “Tinha criança, jovem, adulto… Isso mostra que a música popular amazonense está viva, e o Amassunu consegue reunir todas essas vozes e estilos num mesmo corpo”, destacou
O cantor Dudu Brasil celebrou a entrega coletiva do grupo. Segundo ele, foram meses de preparação junto com a Orquestra de Câmara e a Banda MOÃ. “Foi um processo bonito de construção, e estou muito feliz com o resultado. Esse é um projeto que valoriza a produção musical do Amazonas. Estar aqui é um privilégio”, comentou Dudu Brasil.
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Com arranjos de César Lima e iluminação assinada por Tabbatha Melo, o espetáculo apresenta um repertório autoral e simbólico, com músicas como Japurutú, Pehe, Cadê a Morena?, Rio Solimões, Verá e a interpretação coletiva de Amazonas, que encerra a noite com todos os artistas no palco. A montagem terá nova apresentação nesta terça-feira (23/07), também no Teatro Amazonas.
Mais espetáculos da SEA
A Série Encontro das Águas, segue até o próximo fim de semana, com mais duas estreias. Na quinta e sexta-feira (24 e 25/07) têm a “Symphony of Chaos”, que terá a curadoria de Vitor Mascarim, participação da Orquestra de Câmara do Amazonas e regência de Elena Koynova.
No sábado e domingo será a vez do espetáculo “Beyond the Symphony”, tendo Ana Eliza como curadora, participação da Amazonas Filarmônica e regência e arranjos de Otávio Simões.
Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e por meio do site shopingressos.com.br.