Ação faz parte da campanha Janeiro Roxo, de intensificação de combate à Hanseníase
Foto: Arnoldo Santos/FUHAMA Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (FUHAM), realizará, neste sábado (27/01), o primeiro mutirão dermatológico do ano. A ação faz parte da campanha Janeiro Roxo, que tem o objetivo de divulgar informações sobre a hanseníase e intensificar a busca e tratamento de novos casos da doença.
A ação será realizada na sede da FUHAM, localizada na avenida Codajás, nº 24, esquina com avenida Carvalho Leal, bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus. O atendimento começa às 7h e vai até as 14h. Qualquer pessoa poderá ser atendida, sem distinção de idade. Não é preciso ter encaminhamento de outras unidades, basta apenas o paciente levar o cartão do Sistema Único de Saúde – SUS ou o CPF.
Sobre a hanseníase
O agente causador da hanseníase é a bactéria Mycobacterium leprae. A Sociedade Brasileira de Dermatologia ressalta que a doença não é contagiosa do modo como se defendia no passado, isolando e segregando pessoas. Sua identificação precoce evita danos aos nervos e movimentos. Ao contrário do que se pensava, poucas décadas atrás, a doença está presente em diversas camadas da sociedade e não apenas em locais mais carentes e sem saneamento básico.
A doença é transmitida por uma pessoa que tenha a forma transmissora e não esteja fazendo o tratamento. Qualquer indivíduo pode ser acometido. Um dos sintomas mais comuns é o aparecimento de manchas na pele que apresente a perda ou alteração da sensibilidade ao calor e ao frio. Em casos mais avançados, podem aparecer dor, fraqueza muscular dos membros (braços ou pernas) e até incapacidade da visão. O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é lembrado no último domingo do mês de janeiro, que neste ano será no dia 28.
Hanseníase no Amazonas
Em 2023, foram detectados no Amazonas 310 casos novos de Hanseníase. Do total de casos novos, 106 (34,2%) eram residentes de Manaus e 204 (65,8%) residentes em outros 42 municípios. Na faixa etária de maiores de 15 anos foram detectados 290 (93,5%) casos e 20 em menores de 15 anos (6,5%). Em relação a 2022, quando foram registrados 344 casos, houve uma redução de 10,9% no número total de casos. Em relação à taxa de detecção, o Amazonas passou de 44,3/100 mil habitantes em 2000 para 7,26/100 mil habitantes em 2023, o que representou uma redução de 82,1%, porém o parâmetro de endemicidade ainda é considerado médio.
Nos municípios do interior observou-se também esta diminuição no mesmo período (2000 a 2023). Manaus apresentou comportamento descendente semelhante ao estado com redução de 88,9% no período. Hoje, Manaus está com taxa de detecção de 4,7/100 mil habitantes, no parâmetro de média endemicidade.
O Amazonas ocupa, atualmente, o 17º lugar no ranking dos estados brasileiros em números de casos registrados de Hanseníase, segundo o Ministério da Saúde. Os dados são do Departamento do Controle de Doenças e Epidemiologia (DCDE) da FUHAM. A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta abriga a coordenação do Programa Estadual de Combate à Hanseníase e é centro de referência para tratamento da doença, junto à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS).