A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou, nesta terça-feira, 19/3, a capacitação “Atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS) no Enfrentamento à Tuberculose”. Realizada no auditório do Complexo de Saúde Oeste, localizado no conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, a programação é direcionada para ACSs que atuam nas unidades de saúde da zona Oeste de Manaus.
A técnica responsável pelas ações do Programa de Controle da Tuberculose no Distrito de Saúde (Disa) Oeste, enfermeira Kelly Cristina Aguiar, explicou que a capacitação vai atender 120 ASCs, divididos em duas turmas, e tem o objetivo de alinhar as atividades desenvolvidas pelos profissionais na prevenção e controle da tuberculose no município de Manaus.
“Os ACSs são fundamentais em todo o processo de trabalho para o controle da tuberculose, porque atuam como elo entre os serviços de saúde e a comunidade. E a capacitação é uma estratégia para garantir que existe o alinhamento nas ações desenvolvidas, tendo como público-alvo principal os ACSs que assumiram as funções recentemente e também aqueles que não participaram da capacitação realizada no ano passado”, informou Kelly Cristina.
A capacitação, que encerra com a segunda turma na quarta-feira, 20/3, aborda especificamente as atribuições dos ACSs, que inclui a identificação de casos suspeitos de tuberculose, a solicitação do exame de escarro, o acompanhamento do tratamento diretamente observado em domicílio, visitas domiciliares para o resgate de pacientes faltosos, sensibilização dos familiares sobre a importância da realização dos exames para identificar a tuberculose ativa e a busca ativa de contatos dos pacientes diagnosticados com a doença para avaliação da tuberculose latente.
Segundo Kelly, atualmente, as unidades de saúde do Disa Oeste acompanham 250 pacientes em tratamento para tuberculose, que tem duração de seis meses, e identificam entre 30 e 40 casos novos por mês.
“Nesse cenário, a ideia é que os ACSs compreendam melhor qual o papel deles e qual a contribuição que podem oferecer para a prevenção e controle da tuberculose. Como eles realizam visitas domiciliares na rotina dos serviços de saúde, têm maior contato com os moradores e podem identificar pacientes com sintomas específicos de tuberculose, sendo totalmente habilitados para orientar sobre a coleta para o exame de escarro e onde entregar a amostra”, destacou.
A ACS Daniele Negreiros, que atua na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) – Oeste 010, no bairro Nova Esperança, participou da primeira turma da capacitação, e contou que atualmente faz o acompanhamento do tratamento de um paciente com tuberculose e acredita que o processo de educação permanente vai contribuir para a melhoria do atendimento.
“Eu acompanho um paciente com tuberculose na minha microárea de atuação na comunidade. Se ele não vai até a UBS buscar a medicação, faço a busca ativa na residência para que não abandone o tratamento. Acredito que a capacitação vai ajudar a obter mais conhecimento e vai ajudar no dia a dia para atender os pacientes”, afirmou Negreiros.
Campanha
Desde o dia 4 de março, a Semsa vem executando ações da Campanha de Mobilização e Luta contra a Tuberculose, que segue até o dia 27, com foco na identificação de novos casos e na avaliação dos contatos do paciente com tuberculose, que são as pessoas que convivem de forma próxima e prolongada com pacientes diagnosticados com tuberculose ativa.
De acordo com a gerente de Vigilância em Saúde do Disa Oeste, enfermeira Rúbia Medeiros, as unidades de saúde estão reforçando as ações de educação em saúde junto à população, de busca ativa dos sintomáticos respiratórios (pessoas com tosse por duas semanas ou mais) e de busca ativa dos pacientes faltosos às consultas para reduzir o risco de abandono do tratamento.
“As ações estão ocorrendo dentro das UBSs e fora, em escolas e nas comunidades, com palestras, caminhadas de mobilização e outras atividades. A intenção neste período de campanha é sensibilizar a população sobre a importância do controle da doença. São ações intensificadas durante a campanha, mas que a Semsa executa na rotina de atendimento durante todo o ano”, disse Rúbia.
Em 2023, Manaus registrou 2.816 casos de tuberculose, o que representa 124 casos por 100 mil habitantes, colocando o município como a capital brasileira de maior incidência da doença. Este ano, o número de registros chegou a 277 casos de tuberculose.
Transmissão
Doença infecciosa e transmissível, a tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse (seca ou com catarro) e por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das Unidades de Saúde da rede municipal para a realização de exames. Além da tosse, pode haver a manifestação de outros sintomas: febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem iniciar o tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas durante convivência prolongada em ambientes fechados.
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Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa