Considerada superior à convencional para o rastreio do câncer do colo do útero, a técnica de coleta do exame preventivo em meio líquido foi tema de uma webconferência promovida pela Prefeitura de Manaus, na tarde da quarta-feira, 31/1. O encontro virtual foi realizado como parte do projeto “Diálogos na Atenção Primária à Saúde”, coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), e teve a participação de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem da secretaria.
Com o tema “Prevenção do câncer do colo do útero: elucidando dúvidas sobre a coleta em meio líquido”, a webconferência teve como palestrantes a técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Meliza Souza, representando a chefia do setor; e o farmacêutico-bioquímico especialista em Citologia Clínica do Laboratório Municipal de Especialidades Prof. Sebastião Marinho, Carlos André Costa. A mediação ficou a cargo da também técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Gerda Costa.
A coleta do preventivo em meio líquido está hoje disponível em 37 unidades da rede básica em Manaus, que se tornou pioneira entre as capitais brasileiras na oferta do método pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame começou a ser oferecido em maio do ano passado, em formato piloto, na Unidade de Saúde da Família (USF) Nilton Lins, e ampliado para outras unidades da Semsa a partir de outubro, após capacitação das equipes. O método convencional continua disponível nos demais estabelecimentos da atenção primária.
No encontro, transmitido a partir da sede da Escola de Saúde Pública de Manaus (Esap), os participantes puderam elucidar questões em torno do registro do procedimento e das técnicas e cuidados no momento da coleta e da identificação de amostras, num reforço das capacitações realizadas a partir do ano passado, para a implementação do método na rede básica municipal.
Abrindo as palestras, Meliza Souza reforçou as ações para registro do procedimento do exame e para identificação adequada das amostras a serem encaminhadas ao processamento no laboratório. Conforme a técnica, a citologia em meio líquido traz vantagens para as usuárias e para as equipes das unidades de saúde, em comparação com o método convencional, demandando menor tempo para a colheita das amostras e para a liberação dos resultados dos exames.
“Com esse método, as amostras são preparadas e processadas de forma automatizada, o que reduz a taxa de amostras insatisfatórias e de falsos positivos ou negativos. Isso permite o retorno precoce da paciente ao médico com o diagnóstico, com o início mais rápido do tratamento adequado”, apontou.
Logo após, Carlos André explicou como ocorre o procedimento no laboratório, desde a chegada das amostras até o processamento e a emissão do resultado. Ele assinalou que, embora seja mais simples em relação à convencional, a coleta em meio líquido requer também cuidado especial das equipes de saúde nas unidades.
“Exemplo disso é a homogeneização da amostra, um passo simples para que o material coletado se misture no líquido, mas que se não for feito de forma adequada, pode causar erro no resultado do exame”, ressaltou.
Rastreio
O câncer do colo do útero, também chamado cervical, é o tipo mais frequente entre a população feminina em Manaus, seguido pelo câncer de mama. Para o ano de 2023, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 420 casos novos no município.
O exame preventivo, ou colpocitopatológico, é considerado o método mais seguro e eficaz para detectar lesões precursoras do câncer cervical. No SUS, o procedimento é indicado, prioritariamente, para mulheres com idade de 25 a 64 anos, devendo ser realizado anualmente nos dois primeiros anos e se os resultados forem normais, deve passar a ser feito a cada três anos.
Educação em saúde
Por meio do projeto “Diálogos na Atenção Primária à Saúde”, a Semsa Manaus promove encontros virtuais em torno de temáticas e práticas do dia a dia da assistência básica, voltados a profissionais de saúde e ao público interessado em geral.
A iniciativa integra as ações da Semsa de promoção da educação permanente em saúde, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais da secretaria em treinamentos e capacitações constantes.
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Texto – Jony Clay Borges / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa